m.c de Beyssac
  • WORKS
  • INFO
  • ACTU
  • EXPO.
  • EXPO.

  • Inachevée.s III, Carbone
  • Inachevées II
  • Inachevées I
  • No prohibida
  • Si proche, si loin
  • Festival des arts confinés
  • Dents creuses 2016-2019
  • la vie, la mort, le style
  • Florilège
  • Clair de Rouge
  • Anatomies
  • #7
  • A dessin 3
  • Villa Dutoit
  • Sans gaz ni trompette
  • + d’amour, SVP
  • Usine kugler
  • noirceurs
  • Soleil levant
  • Castelinho
  • Ausência aguda presençia
  • Escritorio Marth Pagy
  • Você fica melhor sem cabeça
  • Arte, uma Política Subversiva
  • Men in Boxes
  • 'Você fica melhor sem cabeça'
    “Les rencontres vraies sont rares”
    La rencontre entre Dani Soter et mc de beyssac est ce que l'on peut nommer une rencontre « épidermique ». Un échange animé par le désir commun d'élaborer une production artistique liée aux situations vitales de l'intime où la peau figure comme élément de cette narration partagée.
    La peau organe enveloppe nous protège. Point de contact avec l'extérieur elle nous rend visibles à l'autre. Apparemment silencieuse, elle regorge de lieux prêts à exercer la conscience et la perception du dehors. Chaque action exerce une modification de l'état du corps qui, alors touché, implique la création d'un autre corps, Le corps lieu des affects.
    Ces états provisoires mais constants, laissent des marques, provoquent des réactions, inscrivent les mémoires qui s'agrègent en plans invisibles, en territoires subjectifs. Si l'on pense ces marques fixes et immuables, elles sont en fait assoupies pour se réactiver en présence de nouvelles rencontres se faisant mutuellement écho, requalifiant son existence.
    C'est à la hauteur de ces considérations que se situe le travail de ces deux artistes. Les inventions sur papier, les objets proposés surgissent de ces moments de changement d'état, laissant émerger le désir d'une refonte des marques imprimées qui sont, pour les deux artistes, étroitement liées au passage du temps et à la qualité du parcours de vie.
    L'ensemble des œuvres propose un regard sur des paysages modulés en espaces territoriaux où la peau revêt la forme de topographies sujettes aux intempéries de la vie.
    Les tracés, les ratures, les tâches, les calques, les bosses et les chevauchements en sont autant de transcriptions sur le corps qui à la fois l'affaiblissent et le rendent plus fort.
    Impermanence de la mémoire à laquelle nous sommes tous soumis, référence à la peau fine et fragile, blanche ou rosie, désir épidermique de s'exprimer avec le corps pour Dani Soter.
    Inventaire d'une anatomie changeante exposée aux accidents et à l'usure, incarnée par le flux vital pour Marie-Cécile Conilh de Beyssac. Ici, l'œuvre vise l'affirmation d'une nouvelle topographie, motivée par l'inquiétude et la volonté de comprendre l'impermanence de l'état du corps soumis au cumul des vécus.
    Renata Azambuja Commissaire d'exposition
    Encontros de verdade são raros.
    O encontro de Dani Soter e Marie-Cécile Conilh de Beyssac é o que podemos denominar de “encontro epidérmico”. Uma troca impulsionada pelo desejo comum de elaborar uma produção artística relacionada à situações vitais, filiadas à esfera do íntimo, onde a pele figura como um elemento nuclear dessa fabulação conjunta.
    A pele é orgão de revestimento que nos protege. Ponto de contato com o exterior, possibilita que nos tornemos visíveis para o outro. É meio aparentemente mudo, mas pleno de lugares prontos para o exercício da sensibilização e da percepção do que vem de fora. A cada intervenção, há uma mudança de estado do corpo que, afetado, solicita a instauração de um outro corpo. O corpo é uma seara de afetos.
    Os estados são provisórios, mas constantes. E deixam marcas. Vão provocando reações, conjugadas à formação de memórias, que são agregadas ao plano invisível, território do subjetivo. Tem-se a impressão de que as marcas são fixas e imóveis mas, na verdade, só adormecem, para serem reavivadas à presença de um novo encontro com algo que ecoe para essa marca, resignificando a sua existência para o seu sujeito.
    É nessa altura de minhas ponderações que eu situo os trabalhos das duas artistas nesta exposição. As invenções sobre papel e os objetos que elas propõem, emergem de um desses momentos em que houve uma alteração de estado, fazendo surgir o desejo de uma repotencialização das marcas impressas, que estão, para as duas artistas, estreitamente vinculadas à passagem do tempo e à qualidade da existência de ambas em seus percursos de vida.
    O que se avista ao olhar o grupo de trabalhos são paisagens moduladas em espaços territoriais, onde a pele, que reveste os volumes dessa topografia, está sujeita às intempéries da vida. Os traços, os respingos, as manchas, os decalques, os amassados e as sobreposições são como inscrições do tempo, das ações e das situações sobre o corpo, que podem tanto enfraquecê-lo como torná-lo mais forte. Lembrança da impermanência a que estamos todos sujeitos. É tanto a alusão à pele fina e frágil, bege ou rosada, lugar do desejo de comunicar com corpo, de Dani Soter, como o inventário de uma anatomia transitória, sujeita a acidentes e desgastes que são incorporados pelo fluxo vital, de Marie-Cécile Conilh de Beyssac.
    Aqui o trabalho de arte aponta para a afirmação de uma nova topografia, impulsionada pela inquietação e vontade de entendimento do novo estado que surge do acúmulo vivido.
    Renata Azambuja Curadora