m.c de Beyssac
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  • 'Escritorio de arte Martha Pagy'
    RE-LENDO Relecture
    L'exposition RE-LENDO rassemble cinq artistes invités à produire de nouvelles œuvres à partir de livres récupérés d'un incendie. Des livres qui n'ont pas été brûlés, mais qui avaient des traces et des marques de l'événement et dont la transformation est apparue dans le cadre d'un processus d'élaboration de la perte.
    La perspective de créer autour d'un thème prédéfini peut impliquer la menace d'emprisonner l'œuvre dans un scénario qui ne fait pas forcément partie des choix de l'artiste. Bien que disposant d'une liberté de travail absolue, l'artiste se trouve transporté dans un contexte physique et symbolique déplacé de sa routine de production. En revanche, l'inconfort l'oblige à se positionner par rapport à ce qui est proposé et un nouveau champ peut s'ouvrir au travail.
    Ce n'est pas par hasard, dans ce processus amorcé plus d'un an avant l'ouverture de l'exposition, que le point de départ semble être l'attitude commune aux cinq créateurs de profaner le livre comme source de savoir et objet à préserver, le transformer en un matériel au service de sa production. La confrontation s'est avérée saine et de là sont sorties des œuvres sur différents supports qui confirment et renouvellent parfois le regard de l'artiste et son détourage du réel.
    Martha Pagy Conservatrice

    RE-LENDO
    A exposição RE-LENDO reúne cinco artistas convidados a produzir novos trabalhos a partir de livros recuperados de um incêndio. Livros que não foram queimados, mas que traziam vestígios e marcas do acontecimento e cuja transformação se afigurou como parte de um processo de elaboração da perda.
    A perspectiva de criar em torno de um tema pré-definido pode trazer embutida a ameaça de aprisionar o trabalho em um cenário que não necessariamente faz parte das escolhas do artista. Ainda que com absoluta liberdade para trabalhar, o artista vê-se transportado para um contexto físico e simbólico deslocado de sua rotina de produção. Por outro lado, o desconforto obriga-o a posicionar-se diante do que lhe é oferecido e um novo campo pode abrir-se para o trabalho.
    Não por acaso, neste processo iniciado há mais de um ano antes da abertura da exposição, o ponto de partida pareceu ser a atitude - comum aos cinco criadores - de dessacralizar o livro como fonte de saber e objeto a ser preservado, transformando-o em matéria a serviço de sua produção. O confronto revelou-se saudável e dele surgiram trabalhos em suportes variados que ora confirmam ora renovam o olhar do artista e o seu recorte do real.
    Martha Pagy Curadora